ISAURA WESSLER DOS SANTOS - 17/02/2016

Neste dia, pela manha, cerca de 9:00 recebi a ligação informando o falecimento de minha mãe.
O que escrever sobre essa linda Mulher que tanto se dedicou a nós seus filhos é bem difícil.

Sei que sou o que sou com toda minha educação até universidade graças ao apoio dela.
O incrível é que quando tento relembrar meu passado com ela, o que mais vejo em minha mente é ela trabalhando, sempre trabalhando por nós e para nós.
Claro que quando criança, não estávamos nem ai para amizades de nossos pais, queríamos somente nos divertir.

Sei que ela gostava de festas, de dançar, mas meu pai era o oposto neste sentido, assim nunca saiam. Nossos finais de semana tipicamente eram estar em casa vendo TV e claro que ela trabalhava boa porte dele, fazendo almoço, café da tarde, café da noite pois não tínhamos o costume de jantar, no máximo uma sopinha.

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Viajamos também, mas mais esporadicamente, viagens mais longas para sul, normalmente para visitar irmãos/irmãs de minha mãe, minha vó. Ela ficava muito animada chegava a contar no carro, uma das musicas que lembro ela cantando falava de Santa Catarina e seus vales e rios naturais. Viagens mais curtas normalmente eram para represa, parques ou piquenique no zoológico. Para praia foram muito poucas vezes, mas umas das vezes mais gostosas foi quando alugaram uma casa no litoral de São Paulo para ficarmos o final de semana,  Outra viagem inesquecível foi para Rio de Janeiro, ficamos em um apartamento alugado, nem sei onde era, lembro que íamos a noite de pijamas para comprar lago no supermercado e apesar de ser pequeno tinha vergonha de andar de pijama. Lá visitamos o Cristo Redentor e andamos no famoso bondinho do Pão de Açúcar.


Ela adorava plantas, nossa casa em São Paulo era cheia de vasos e xaxins, quando Ela mudou para Santa Catarina onde as casas tem quintais maiores cuidava dos jardins que estavam sempre floridos, além claro das pequenas ortas.

Por sorte nos últimos anos ela viajou muito, morou um tempo na Europa, especificamente na Espanha as cidades de Granada e Irun, aprendeu um pouco de espanhol, um pouco da cultura, e adorava a vida prática que tinha lá, Neve, parques, restaurantes. Isso fez muito bem a ela.

Para conseguir o estudo que tenho sempre tive que acordar cedo, em geral até colegial minhas aulas começavam de manhã bem cedo e era sempre ela que acordava bem mais cedo para preparar café, até almoço, arrumava tudo e depois nos acordava para ir a escola.

Quando meu pai estava sem trabalho, ela muitas vezes contornou o problema com seu trabalho, fazendo roupas, costuras, vendas e até cera de depilação ela chegou a fabricar. Tentem imaginar, cuidar da casa, fazer de tudo em casa, até pães, cuidar de nós, nossas roupas, e ainda ter energia para trabalhos externos produzindo bens e serviços e ajudando financeiramente nas rendas da casa.

Em casa sempre tudo estava muito arrumado e limpo, era uma exímia cozinheira fazendo de tudo em casa como Pães caseiros e Cucas fofinhas tão boas que eu não conseguia gostar de outras que encontrava fora de casa, bolos, panetones, massa de macarrão, lasanhas, fazia milagres gostosos com pouca coisa, inclusive conservas variadas. Tudo era feito em casa.

Reuniões de paes na escola eram um trauma para ela até minha sétima serie, ela voltava triste, estávamos sempre no limite da reprovação, na sétima serie comecei ir bem na escola, mas sem nenhuma consciência disso, estava com notas altas, fui elogiado pelos professores, mas como eu era um alienado eu não sabia disso quando vi minha mãe chegando da reunião me escondi no quarto esperando uma bronca ou uma surra. Ela entrou emocionada e muito feliz falando que finalmente estava orgulhosa de mim, que ela recebeu elogios do filho dela. Imaginem minha surpresa...

Ano passado comemorou seus 50 anos de casada, eu nunca imaginava naquele momento que era seu ultimo ano, estava muito bem, não sabíamos do câncer no pulmão. Exames que ela fez na Europa não indicaram nada, apesar das dores constantes no pescoço, que os médicos diziam ser desgaste natural dos ossos.

Agora é estranho acostumar a planejar o futuro sem ela, sempre imaginei estar fazendo algo mais, traze-la para morar na praia, dar mais conforto a ela.





Comentários

  1. Nossa ela sempre foi um espelho para mim.eu sempre falei para ela que quando eu crescer quero ser igualzinha a senhora. Só sei dizer uma coisa Eu a amava muito,sempre vou levar ela em meu coração.

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